sexta-feira, 23 de setembro de 2011

OS SENTIDOS DA ESCRITURA


OS SENTIDOS DA ESCRITURA
Para se fazer uma boa leitura da Biblia, a Igrejanos recomenda ter em mente o que chamamos de cinco sentidos:
1.      A analogia da fé – A Biblia é um livro de verdades religiosas reveladas por Deus. Cadatexto está de certa forma relacionado com toda a Biblia e com a fé da Igreja. Não podemos tirar um texto ou um versiculo que seja deste contexto, sem que possa haver erro de interpretação. Aqui entra a fundamental importância da Tadição e do Magistério da Igreja. É a Igreja que deve ter a palavra final, a fim de se evitar o perigoso subjetivismo pessoal (“eu acho que...”).
2.      O sentido da História – Deus é o Senhor da história dos homens e a sua santa vontade se realiza por meio das vicissitudes humanas. O avançar da história também nos ajuda a compreender a Sagrada Escritura. Jesus mandou observar os sinais dos tempos.
3.      O sentido do movimento progressivo da Revelação de Deus na sua paciência, foi se revelandolentamente, durante 14 séculos, e continuou a se revelar durante mais de 20 séculos pelos caminhos da Sua Igreja, através da Sagrada Tradição (transmissão oral, não escrita) que para nós Católicos tem o mesmo valor das Sagradas Ecrituras.
4.      O sentido da relatividade das palavras – as palavras sçao relativas, nem sempre absolutas. Para compreender o texto bíblico importa saber o que certas palavras significam exatamente quando foram usadas pelo autor sagrado.
5.      O bom senso e senso crítico – uso da inteligência e equilibrio diante dos fatos. É bom saber perguntar diante de certas interpretações: isto tem fundamento no texto original? Ou são apenas o ponto de vista de alguém em desacordo com o autor sagrado?
Dei Verbum, recomenda trê pontos:
1.      Conteúdo e unidade da Escritura inteira. Não interpretar uma parte da Ecritura fora do seu contexto integrau. Muitas vezes um versículo só será bem entendido quando lido juntamente com outros.
2.      A tradição viva da Igreja. Observar como a Tradição da Igreja Interpretou a parte que está sob estudo; especialmente pesar a palavra dos Papas, Santos Padres da Igreja e seus doutores.
3.      Analogia da fé – isto é, verificar a coesão das verdades da entre si. Uma não pode ser oposta a outra, pois o Espirito Santo não se contradiz.
O Concilio Vaticano II
1.      Prestar muita atenção ao conteúdo e á unidade da Escritura inteira. A escritura é uma em razão da unidade do projeto de Deus, do qual Cristo Jesus é o centro e o coração. (s112).
2.      Ler a Escritura dentro da Tradição viva da Igreja inteira. Conforme o ensinamento dos Padres da Igreja, “a Sagrada Ecritura está escrita mais no coração da Igreja do que nos instrumentos materiais. Com efeito, a Igreja leva na sua Tradição, a memória viva da palavra de Deus, e é o Espírito Santo que lhe dá a interpretação espiritual da Escritura” (Origenes, hom. Lv. 5,5), (s113).
3.      Estaratento “a analogia da fé” (Rom 12, 6).Por analogia da fé entendemos a coesão das verdades da fé entre si no projeto total da Revelação.

O que a Biblia fala dela mesma
“porque a palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante que uma espada de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do corpo, e das juntas e medulase dscerne os sentimentos e pensamentos do coração. Nenhuma criatura lhe é invisível. Tudo é nú e descobertoaos olhos daquele a quem haveremos de prestar conta” (Hb 4, 12-13).
“A Escritura não pode ser desprezada” (Jo 10, 34).
“Por isso também damos graças sem cessar a Deus porque recebestesa palavra de Deus, que de nós ouvistes.Vós a recebestes não como palavra de homens, mas como realmentes é: Palavra de Deus, que age eficazmente em vós que crestes” (1 Tess 2, 13).
“Tal como a chuva e a neve caem do céu e para lá não voltam sem ter regado a terra, sem a ter fecundado, e feito germinar as plantas, sem dar o grãoa semear e o pão a comer, assim acontece á palavra que minha boca profere: não volta sem ter produzido seu efeito, sem ter executado a minha vontade e cumprido a sua missã” (Is 55, 10).
“Toda escritura é inspirada por Deus, e últil para ensinar, para persuadir, para corrigir e formar na justiça”  (2 Tm 3,16).
“Tudo o que se escreveu, foi escrito para nossa instrução, a fim de que pela paciência e consolação que dão as Escrituras, tenhamos esperança” (Rom 15, 4).
São Jerônimo (séc. IV) – “quem não conhece o Evangelho não conhece a Cristo”.
“A consolação está nos livros santos, que estão em nossas mãos (I Mac 12, 9), e que encorajam o povo “lendo a lei e os profetas” (2 Mac 15, 9).
“Pois haveis renascidos, não duma semente corruptivel, mas pela palavra de Deus, semente incorruptível, viva e etrna”, (1 Pe 1, 23) e, como disse o profeta Isaias: “a palavra do Senhor permanece eternamente” (Is 11, 6-8).
“Minha mãe e meus irmãos são estes que ouvem a palavra de Deus e a observam” (Lc 8, 21).
“Eis que vem os dias... em que enviarei fome sobre a terra, não um fome de pão, nem uma sede de água, mas fome e sede de ouvir a palavra do Senhor” (Am 8, 11).
Quando Jesus explicava as Escrituras para os discipulos de Emaús, eles sentiam “que se lhes abrsava os corações” (Lc 24, 32).

Constituição dogmática do Concílio Vaticano II
“Dei Verbum”:
10 – “A Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura, constituem um só depósito da palavra de Deus confiado á Igreja”.
“O oficio de interpretar autenticamente a palavra de Deus escrita ou transmitida foi confiado unicamente ao Magistério vivoda Igreja, cuja autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo.” (n.10).
São Pedro: “É o que ele {S. Paulo} faz em todas as suas cartas... Nelas há algumas passagens dificeis de ententer, cujosentido os espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos deturpam, para a sua própria ruina, como o fazem também com as demais escrituras” (2Pe 3, 16).
7. O Cristo Senhor, em quem se completa toda a revelaçãondo Sumo Deus (cf. II Cor 1, 20; 3, 16-4, 6), ordenou aos apóstolos que o Evangelho, prometido antes pelos Profetas, completado por Ele e por Sua própria boca promungação, fosse por eles pregado a todos os homens como fonte de toda verdade salvífica e de toda disciplina de costumes, comunicando-lhes dons divinos.
E isto foi fielmente executado, tanto pelos Apóstolos, que na pregação oral, por exemplos e instituições, transmitiram aquelas coisas que receberam das palavras, da convivência e das obras de Cristo ou que aprenderam das sugestões do Espirito Santo, puseram por escrito a mensagem da salvação.
Mas para que o evagelho sempre se mantivesse inalterado e vivo na Igreja, os Apóstolos deixaram como sucessores os Bispos, a eles “transmitindo o seu próprio encargo de Magistério” (Santo Ireneu, Adv. Haer. III 3,1).

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